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No início do ano (2016) o nosso garoto foi para o futebol. Há quem me pergunte se estou a tentar ser a próxima Dona Dolores?! Há quem me pergunte se simplesmente estou a dar ao garoto a oportunidade de praticar uma atividade de que goste. É a segunda, mas se a primeira vier a ser uma realidade também acho que não me importo.
A verdade é que ele foi para o futebol por outros motivos (o trabalho em equipa estava a ser um desafio). O nosso garoto sempre praticou desporto, natação e karaté, tinham sido os desportos eleitos até ao momento. Mas com o avançar da idade e a descoberta do “desporto rei”, como lhe chamam, o inevitável veio a acontecer. “Mãe, eu gostava de ir para o futebol. Pai, eu posso deixar o karaté ou a natação e ir para o futebol?” Bem a insistência foi tanta e os argumentos foram sempre válidos que lá tivemos que ceder.
No dia em que o levamos ao primeiro treino os olhos dele brilhavam de tamanha felicidade. Todas as semanas faça chuva ou sol lá vai uma mãe/pai/avô passar uma hora e meia ao frio e à chuva, para no fim receber um rapazito molhado até ao ossos mas com um sorriso de orelha a orelha. É claro, vale logo a pena. Tal, tem servido não só para ele aprender as técnicas, passes, observar as posições dos colegas, estratégia, definição de posições, trabalhar em equipa, lidar com a frustração e com a derrota e afins… como para mim, a mãe, aprender um pouco mais sobre este mundo.
E que mundo senhores!!! Que mundo!! Nada disto é fácil para eles e para nós. Vê-los ganhar é fácil, mas vê-los perder… vê-los cair e esmurrar os joelhos, sofrer uma falta mais forte, falhar um golo, ouvir um raspanete do mister (sim, é mister. eu é que tenho a mania de chamar treinador). A nós dói-nos sempre o coração, e temos alturas em que o queremos é entrar pelo campo adentro e ver com os nossos olhos que ele está realmente bem.
Fazemos sinais ao longe, esticamos o polegar a ver se há feedback do outro lado. Polegar para cima? Tudo bem! Muitas vezes ele é que nos dá coragem e passa a mão pelo ombro a dizer que para a próxima é melhor. O mais giro é que as crianças veem sempre o lado positivo das situações: "Em 3 jogos ganhamos 1 mãe!!" Não interessa a média o que importa é que se ganhou 1! E esse 1 vale tanto!!
No meio disto tudo, claro está, existem sempre aqueles pais que depositam nos filhos o sonho e a vontade de uma vida melhor economicamente a partir do futebol. Quanto a isso a única coisa que tenho a dizer é: deixem-nos ser felizes! Se tiverem de ser os próximos Cristianos Ronaldos ou Renatos Sanches ótimo mas caso contrário, não projetem nos pobres dos garotos os vossos sonhos falhados.
Assim ninguém é feliz.